segunda-feira, 28 de maio de 2012

O SPREAD

Está na ordem do dia falar no "Spread". Muitos, ou quase todos, falam do Spread sem saberem ao certo do que falam ou opinam. Cá para mim, que nunca fui dado a intrigas, sempre associei o Spread ao nome do cão da minha vizinha;invariavelmente, ouvi-a chamar,em altos gritos, "Spread,vem cá".E lá ia o Spread, rafeiro por excelência e sem pedigree, cabisbaixo e rabo encolhido, porque a dona não era para brincadeiras.Mal sabia ele (o rafeiro) que o seu nome seria das palavras mais badaladas e pronunciadas por gente ilustre,incluindo banqueiros, ministros e também gente do povo, que utilizando o nome, não pretendiam fazer qualquer maldade ao animal mas tão só resolver os seus problemas financeiros.E assim foi, Spread para aqui, Spread para ali, constituiu-se um novo fenómeno, que adicionado à taxa de juro do mercado passou a constituir a margem de ganho para os bancos. Claro que estes, imediatamente, se sobrepuseram ao dito rafeiro, usurparam o seu nome e mandaram a minha vizinha às urtigas.Agora sim, os bancos desempenham efectivamente a sua vocação canina, pregam cada dentada que até dói e não há forma de largar o osso. E o nosso Governo, que rapidamente acode a banca e se esquece das pessoas, das pequenas e médias empresas e de toda a economia real é incapaz de chamar e fazer sentar o Spread.Ai que saudades da minha vizinha.Ao menos com ela o cão obedecia e metia o rabo entre as pernas;agora, com estes, está mais que visto que não vamos a lado nenhum. É caso para dizer, "deita-te Spread".

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